Há uma semana que meus olhos andam umedecidos devido lembranças de um
ato bárbaro, doentio e cruel. Na noite de 28 de novembro passou uma novem
escura em nosso meio. Era a nuvem da morte que veio de forma bruta a derramar o
sangue de um dos nossos. Todos que fazem parte desse sangue, sentiram e
sentem o que é a dor de uma mãe que perdera sua criança. Os amigos, que não
acreditavam no fato, devido saberem que jamais essa criança teria a crueldade
de tirar a vida de alguém, e, por outro lado, fatalmente perde a sua própria
vida de forma aterrorizadora também sentem. O sangue jovem, que mal conhecera a
vida, de uma hora para outra parte sem despedida. Talvez seja essa partida
repentina o maior remorso de todos que aqui ficaram sentiram. Devido abraço que
não foi dado, a palavra que não foi dita ou as palavras que não foram escritas.
Mas graças a Deus, a vida jamais terá fim, sobretudo para aqueles que possuem a
fé no que há de eterno. Um dos louvores que foram entoados no momento que foi
velado, fizeram-me refletir: (“Que nenhuma família termine por falta de amor”),
de igual modo o momento fúnebre, as palavras lidas do livro Eclesiastes, na
qual nos ensina que há tempo para todas as coisas: tempo de semear e tempo de
colher, assim como, o tempo de nascer e o tempo de morrer, tal como as palavras
do cântico: (“ porque te abates, oh minh’alma? e te comoves perdendo a calma?”)
encheram me de consolo, uma vez que recordei-me que aquele menino que se foi, chegando
assim, o tempo dele de partir, de modo que nos deixou o exemplo de cultivar
aquilo que for bom, pois também, cedo ou tarde iremos partir. Quero desejar que
todos os familiares sejam agraciados com o consolo divino, desde os mais
próximos, aos mais distantes; aos amigos e conhecidos. E à lembrança de Leandro,
seja cultivada no coração e na mente de cada um. Hoje, 07/ 13/14, tivemos a missa de sétimo
dia, na capela Nossa Srª Aparecida, jd. Chc. Sol. Em memória, aramos e também
nos reunimos em torno daquilo que somos, família. Assim, deixo aqui minhas
saudações. Lembrando que, o tempo é o senhor de todas as respostas, e que a
justiça jamais deixará de ser feita. Podem esconderem-se da vista dos homens,
mas não dos olhos de Deus. Contudo, desejo que a paz e tranquilidade entre no
coração de cada um, amortecendo qualquer desejo de Juízo com as próprias mãos,
esperando assim, pacientemente, o juízo que vem dos alto, levando consigo a
arma do perdão, pois acima de tudo, continua sendo a ferramenta mais poderosa
contra as injustiças que o mundo promove. Os perversos não entendem o sentido
da benignidade, pois apenas aqueles que a buscam conseguem atrair para si tal
prodígio. A vida é apenas um sopro, mas somente Deus tem o direito de tira-la
de alguém. Nesse pequeno diário, infelizmente nem sempre trago relatos bons,
pois tudo que aqui se encontra, faz parte do dia a dia de um ser humano que tem
dias bons e dias ruins. Já estamos quase na metade do mês de Dezembro, mas a
cada sábado, nos lembramos com mais intensidade daquela noite traiçoeira, que
de uma hora para outra, eternizou-se como a última para aqueles meninos. Deixando
assim, o peso no coração dos pais, composta por muita dor, choro e lamentos. Hoje,
14/12/14, coloco-me mais uma vez perante o Senhor, Deus criador, pedindo que
conforte o coração dos pais, pois sei que, por mais que as vezes a lembrança
fuja por alguns instantes, logo ela retoma com mais intensidade. O sangue que o coração bombeia entre as veias de um
indivíduo, é o mesmo que circula nos corpos daqueles que fazem parte daquela
mesma corrente sanguínea. As células estão interligadas. Enquanto em vida, Deus
o abençoou com uma linda criança. Portanto, Leandro sempre estará em nosso
meio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
deixe teu email, responderei agradecendo assim que puder. obrigado pelo comentario,